Aqui na província seres singulares cursando Direito ainda brincam de tribunal para decidir se Capitu é culpada ou inocente de adultério. Iletrados querendo passar por leitores sempre chovem no molhado. Não precisam nem tocar na obra madura machadiana. Bastam os contos para verificar o ceticismo pessimista do autor em relação à humanidade. Não existem inocentes na obra de Machado de Assis. Ponto.
Obs 1: Dalton Trevisan já matou essa questão há muito, de resto enterrada por Paulo Francis. O último a jogar uma pá de cal foi Millôr Fernandes, que acha o Dom Casmurro uma pura bobagem.
Obs 2: A superficialidade impede que as pessoas percebam outras facetas mais dúbias da história, como o contraste social entre Capitu (pobre), vizinha de um Bentinho riquíssimo. Não me lembro de ninguém fazendo tribunal ou palestra sobre isso. O Brasil de Lula-lá não discute outra coisa senão o 'fosso social' entre as zelites e o povo.