GIZ
Desenho estrelas no céu vazio: a brancura do sol come os meus dedos: pó de palavras se acumula nos meus flancos: vozes se alastram entre olhares: pássaros chacinam a manhã: a ácida brancura do giz queima minhas mãos: devora meus braços e pensamentos: colore de tédio os meus cabelos.
.
Olho para trás: crianças anotam constelações nos mapas: cinzas de sonho nevam tranqüilas nas salas de aula: as mãos pequenas e morenas copiam as estrelas: ignoram a morte antiga dos homem dos sonhos dos desejos: são mãos macias olhos e bocas ávidas: crianças fardadas de esperança: janelas abertas para o futuro.
.
Mas eu escrevo hoje: e nada sei do futuro: sei apenas que as lições se esquecem: as estrelas queimam os nossos dedos: as palavras viram pó que nem os homens.